Postado: 03/10/2015

Incrustação de Insetos

O trabalho de incrustação de insetos realizado pelo grupo de pesquisa em Caldas Agroecológicas da ETEC chamou a atenção de diversos vistantes VII Feira de Sementes Crioulas de Canguçu. Esta técnica serve para criar um acervo didático ou decoração. A seguir é apresentada a metodologia utilizada nesta técnica.

 

METODOLOGIA DE INCRSTAÇÃO DE INSETOS

Equipamento de Proteção Individual (EPI)

O trabalho com a resina requer que se utilize os seguintes EPI’s:

  1. Jaleco
  2. Avental
  3. Máscara
  4. Luvas
  5. Óculos

Materiais

Os materiais necessários para a prática da incrustação são (EMBRAPA, 2014; PINTO, 2014):

  1. Resina policristal de baixa viscosidade
  2. Monômero de estireno
  3. Catalisador
  4. Vaselina
  5. Massa de Polir nº 2
  6. Copo graduado
  7. Bastão de vidro
  8. Pinça
  9. Pincel
  10. Lixa de gramatura de 80, 150, 220, 320, 400, 600 e 1200

A seguir será apresentada uma versão adaptada da metodologia proposta pela Embrapa (2014) e por Pinto (2014):

Preparo do material

Deve-se preparar o objeto a ser incrustado, no caso dos insetos, tem-se que montá-lo e depois colocá-lo para secar, o mesmo pode ser feito com vegetais, sementes.

Preparo do molde

O molde a ser utilizado pode ser de silicone ou de borracha. As formas utilizadas para a produção de ovos de chocolate são ótimas alternativas a produção de um molde de borracha.

Preparo da Resina:

Em 20 ml resina adicionar 3 gotas de catalisador e 4 ml monômero de estireno. O catalisador serve para endurecer mais rapidamente a resina, mas quanto maior a proporção mais amarelada a incrustação ficará, enquanto que o monômero de estireno irá contribuir como um solvente na solução.

A solução deve ser iniciada pela resina e o monômero de estireno, mistura deve ser realizada usando um bastão de vidro ou algum material semelhante. A seguir a solução deve descansar até que as bolhas desapareceram.

Estando sem bolhas, adiciona-se o catalisador e mistura-se vagarosamente deixando descansar novamente. Assim que as bolhas diminuírem pode-se usar a resina preparada.

Para a medição dos volumes é recomendada a utilização de uma proveta graduada separada para cada produto (resina e monômero de estireno). Para misturar a solução pode ser usado um Becker ou outro recipiente que permita verter a solução nos moldes.

O material utilizado deve ser limpo com acetona que é outro solvente da resina só que não pode ser usado com o monômero, pois é mais volátil.

1ª Camada

O primeiro passo é preparar o molde usando vaselina liquida. Basta apenas aplicar uma fina camada deste material, que tem por finalidade facilitar o desmolde da peça. A seguir deve-se verter a solução previamente preparada, a fim de formar uma base na qual o inseto será assentado. A espessura deve ser de acordo com a altura que se deseje ter por base. Recomenda-se por volta de 1 cm para peças pequenas e 2,5 cm para peças grandes. Recomenda-se deixar a base secando por volta de 6 a 24 horas. Quanto menos tempo for dispendido para a solidificação da base, maior a probabilidade de o inseto mover-se durante a incrustação, devido a cura da resina.

2ª Camada

Após a cura da 1ª camada, deve-se acondicionar o inseto, cuidando para que ele fique na posição desejada e deve-se preparar mais resina para a 2ª camada que deverá cobrir o material.

Em insetos das ordens Coleoptera e Hemiptera, geralmente a 2ª camada poderá cobri-lo totalmente. Insetos da ordem Diptera e Hymenoptera, qie sejam mais leves, não devem ser cobertos pois podem flutuar e mover-se durante a cura.

Insetos cobertos por cerdas ou que tenham o corpo oco pode requerer que tenham seu corpo banhado pela resina, antes de ser incrustado, evitando desta formação de bolhas durante a cura da resina.

3ª Camada

Dependendo do inseto a ser incrustado, após a segunda camada, a terceira poderá ou não cobrir o material, dependendo da sua espessura, se não cobri-lo, deve-se esperar o tempo necessário para completar a camada final, a qual deve ter uma espessura de mais ou menos 0,5 cm do material. Ao terminar deve-se esperar o tempo de cura, de 24 a 72 horas.

 

Finalização

Quando o bloco de resina estiver seco, pode-se proceder com a finalização do trabalho, que consiste no lixamento e polimento do inseto incrustado. Para determinar se o tempo de cura foi adequado basta encostar dedo na superfície do bloco, caso deixe marca de digitais o bloco ainda não está seco totalmente. Em geral uma semana é tempo suficiente para proceder para a finalização.

Estando o bloco pronto, começamos a lixar usando a seguinte ordem: as lixas a serem usadas são as seguintes começando pela gramatura 80, 150, 220, 320, 400, 600 e 1200. Deve-se começar com uma gramatura bem áspera, e à medida que se lixa vai se aumentando a gramatura pois cada lixa com gramatura maior, vai tirando os riscos da anterior até chegarmos na 1200 que é a mais fina.

 

REFERÊNCIAS:

EMBRAPA. Incrustação de Insetos. 23 Out. 2014. Disponível: www.youtube.com/watch?v=xdHu560-o7g. Acessado em 18 Mai 2015.

PINTO, Mario Gleison Oliveira. Incrustação em Resina Cristal: uma Ferramenta de Apoio ao Ensino de Biologia. Manual Prático. V Encontro Nacional das Licenciaturas (ENALIC) e o IV Seminário Nacional do Pibid UFRN 08 a 12 de dezembro de 2014. Disponível: http://enalic2014.com.br/anais/anexos/386.pdf. Acessado em 18 Mai 2015.